sexta-feira, 28 de maio de 2010

Para lá do horizonte

Já faz uns 9 anos.
Voámos  no meu Volvo direcção a Sul, como era hábito.
Nesse dia, e porque tudo estava ao cronometro, nem o Caranks levámos.
Tínhamos combinado entrar da pedra. Desta vez o nosso companheiro de aventuras ficava à sombra na garagem.
Era talvez a quarta ou quinta vez que o Fábio entrava no mar.
Andava praticamente na fase do começar a conseguir apanhar uns peixes.
O destino era o máximo que poderíamos pedir para um dia de mar.
Durante a viagem, mais uma ou duas lavagens ao cérebro que eu sempre aproveitava para fazer, sobre técnica de caça.
Ao chegarmos, Ele (o mar) estava quase parado, limpo, brilhava com o sol a pique.
Com a conversa as duas horas do percurso nem existiram.
A maré estava no ponto ideal para entrarmos.
Direccionámo-nos  para o lado Sul, para a zona em que a pedra no fundo é mais alta, e onde o peixe é mais abundante, embora longe.
São 45 minutos a nadar, pas, pas, pas.
Este local, quando o conheci há uns 20 anos era totalmente selvagem.
Só poucos pescadores e a apanha de alga por ali se aventuravam.
Enquanto rumamos à coutada, um mergulho aqui outro ali, um peixe aqui o outro ali…por fim.
Entramos na zona de espuma, muita, muita, ondas muito fortes  passam cima das pedras lajadas, ideal.
Mar calmo fora, a encostar com alguma força.
Sente-se aquela adrenalina, que só estes momentos conseguem.
Estou com  barbatanas C4 e arma de 90, fato total de 5mm , 6kg no lastro.
O Suunto Stinger já marcava 20 e poucos mergulhos, ao chegar ali. 
Á superfície não nos conseguimos ver senão por breves momentos, motivado pela vaga, alternamos
Estamos perto, não distamos 10 metros um do outro.
Executamos uma série de tiros com grande eficiência.
Recordo que de um dos lados da pedra, estava o maior cardume de Pampos que vi até hoje, com grandes peças entre eles, talvez alguns com 2,5kg.
Passei a chamar a esta pedra, a pedra dos Pampos.
Não atirámos a nenhum, estávamos ali por outras razões.
Ao fim de talvez uns 30 minutos, perco totalmente de vista o Fábio.
Afasto-me da pedra onde estávamos para aumentar o meu raio de visão e, nada.
Contorno várias vezes a pedra, e nada.
Não o consigo ver.
Entretanto procurando-o, passou bem meia hora sem que o veja.
Inicio uma série de mergulhos para o tentar avistar debaixo de água.
A visibilidade rondava os 5 metros, e varias vezes vou
aos -12m.
Estou nisto talvez uma hora, começo a acumular nervos e cansaço.                
Durante todo este tempo não fiz qualquer pausa, desesperadamente procuro o Fábio entre as vagas.
O meu coração bate tanto que quase me faz perder a calma.
Sou obrigado a puxar pelos galões, largar a parte emotiva e começar a ser totalmente racional.
Começo friamente a considerar um acidente.
Faço o que os livros mandam.
Análise após análise, e o sucessivo insucesso das minhas buscas no local, levam-me a nadar para terra que dista a 45 minutos, talvez 40 se nadar com toda a força.
Há dez anos atrás tinha uma forma física invejável, era capaz de tudo. 
Percorro os 40 minutos de caminho pensando só numa coisa, o que vou eu dizer à mãe do meu amigo quando a vir.
Como é que foi possível ter sumido da minha vista mesmo à minha frente.
Entretanto vou pensando em todo o processo de alertas que poderia despoletar a partir do local onde estávamos em terra.
Considero por fim que poderá ter “sambado” e ter sido arrastado pela corrente para fora da nossa zona.
Retirando um acidente de sincope, pouco ou nada lhe poderia acontecer.
Para além do seu metro e oitenta e tal, ou noventa, tinha uma forma física completamente exuberante. 
Por isso lhe meti o veneno da caça-submarina.
Era imperativo um barco para as buscas e estávamos num porto de pesca, desconhecia se seriam ou não cooperativos.
Á saída da agua estou totalmente exausto, a distancia foi feita em 30 minutos.
Não há viva alma no porto de pesca, meia dúzia de pequenas embarcações sem ninguém.
Resolvo apanhar os binóculos no carro e subir o monte anexo ao local.
Direccionando-me à zona da falésia, calculo que será mais meia hora de maratona, mas só a subir.
É só o tempo de tirar o lastro e o  casaco do fato, nada mais.
Deixo todo o equipamento espalhado no chão.
Lanço-me nesta nova esperança de o conseguir ver dos 30 metros de altura da falésia.
A forma como subi o monte que dá acesso à falésia, ainda hoje, quando lá me desloco, coloco para mim mesmo essa questão.
Por fim, já lá no alto, quase nem forças tenho para estar de pé.
Percorro toda a vista possível do mar .
Não é preciso muito tempo para que, longe, talvez a uns 500 metros da costa, vejo uma pequena bóia. Parecia estar a meio caminho entre Cuba e a Costa Vicentina.
Fixo bem a focagem e vê-se nitidamente que nada em direcção a terra.
Dali, bem no alto, e bem alto, solto todas as palavras que não constam nos dicionários.
Desço calmamente, e venho para o porto de pesca descansar.
De nervos em franja, sinto passar a “modo”  raiva em franja.
Mal o Fábio chega  a terra e tira a cabeça fora de agua, um chorrilho de palavras dignas de um compendio Hard-Latim são proferidas a uma velocidade estonteante de parte a parte. 
De todo este turbilhão quase em vias de facto, o Fábio dizia que eu o tinha abandonado no meio do mar.
Eu, tentava fazer-me ouvir e retorquia que o mentecapto assim que colocou a cabeça dentro de agua nunca mais a levantou e andou puramente à deriva todo o tempo.
De repente, como sempre, faz-se silencio. Levantando o braço esquerdo  mostra no enfião um robalo com 4 Kg.
A conversa fica logo outra…….
- Epá…grande o peixito, conta lá…como estava ele …



                             
                                                

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Equipamento Caça Submarina

A escolha do equipamento, para quem está a começar pode ser confusa. 
Sem saber qual a melhor opção. É o tempo que te vai formar neste sentido, irás conhecer ao que melhor te adaptas.

Deixo-te o meu parecer isento, sobre algumas marcas, e o que elas costumam ter de melhor para a caça submarina.

Cressi- É tudo bom, tenta as barbatanas “Gara” pretas.
Omer - Armas, as Excalibur são fantásticas, Fatos Miméticos.
Picasso- Fatos, são os melhores, se gostas de barbatanas de carbono também são muito boas.
Beuchat- Armas,  Fatos e  Mascaras
Sporasub- Elásticos, Barbatanas

A escolha do fato

Regra geral, todas as marcas são boas, e já acima te dei a minha opinião, no entanto em termos técnicos há   diferenças importantes nos fatos, acontecendo mesmo em modelos dentro da mesma marca. 
Actualmente os fatos mais técnicos que conheço são os Picasso e os Omer, prefiro pela sua robustez os primeiros, embora  não tenha nenhum actualmente, tenho vários modelos Omer.

Para as nossas aguas do continente, o fato de 5mm é suficiente, no entanto, no Inverno e para quem ande mais fundo, aconselho que faça uma combinação de calças 5mm e casaco 6,5 ou7mm.
Nos Açores e Madeira mesmo no Inverno a combinação de 5mm é suficiente, no verão gosto de calças de 3mm.
Deverás de optar por fatos especial de caça, pela sua elasticidade e factor anatómico.
Normalmente as calças vêm com alças,  que nada servem para nós, na opinião do fabricante dá mais conforto, o que é verdade. 
Por isso corta as calças pela cintura, zona um pouco acima do umbigo.
Verás mais tarde, já  na agua, se tiveres vontade de ir ao WC que dá muito jeito, depois imagina faze-lo com o  fato de alças.
O Lastro

O lastro deve de ser visto como uma peça muito importante do equipamento.
O conjunto pesos e cinto deve de ser em primeiro lugar, fácil de colocar e de retirar.
O cinto tipo Marselhês é na minha opinião o mais seguro.
Não abre intempestivamente com facilidade, o que é  bom devido à caça ao buraco, assegura a tua flutuabilidade, negativa. (soltar-se um cinto quando  dentro de um buraco, não é nada agradável).

Normalmente na caça ao buraco a fivela roça muito no fundo, e os cintos têm tendência a abrir, por isso o tipo Marselhês é muito seguro.

O peso a utilizar está muito relacionado com o tipo de caça que vamos fazer, mas regra geral 1kg de peso no lastro, para cada 10kg do atleta.

Em termos práticos, se caçarmos fundo, deveremos de ter pouco peso no lastro, eu com 70kg uso 5kg no lastro, por exemplo nos Açores, onde se vai mais fundo.

Para o continente normalmente uso 6kg para a caça mais polivalente, ou 7 kg se andar mais na espuma, às vezes mesmo 8 kg.
 Se vestires uma combinação de 7mm deverás de aumentar o teu lastro com mais 1kg do que para o fato de 5mm
  
A Mascara

A escolha da mascara é muitas vezes difícil, e somente devido à própria forma do nosso rosto.
A mascara deve de vedar bem no rosto, sem qualquer tipo de pressão exterior exercida sobre ela.

Poderá não ser o modelo que mais gostas em design, mas asseguro-te que vai facilitar muito, os teus mergulhos e pontaria.

Existem modelos que se diferenciam na técnica de caça, tens modelos espelhados para o agachon por exemplo, e funcionam bem.

Deverás de optar por mascaras de volume reduzido, facilita a sua compensação.
Desengordura de vez em quando a máscara com uma lavagem de detergente da louça, ou pasta de dentes, deverás fazer assim que a comprares.

As Barbatanas

Assim como as armas, creio que é a peça de equipamento que não poderás ter só uma ( par).
Na minha opinião, deverias de ter umas para quando saíres da pedra, e outras para barco, e ainda umas para a espuma e outras para caçar fundo.

Como é que se resolve isto tudo ????.......Eu resolvi caçando sempre com barbatanas rijas, mas há quem não as aprecie, encurtei tudo para dois pares, um para sair da pedra ( rijo e resistente ),
e outro para  o barco em carbono.

Para caçares na espuma ou fundo é aconselhável uma barbatana rija, já a caça mais polivalente, buraco, agachon, colé (caída ), pode  ser  feita  com  uma  barbatana  intermédia, diga-se as mais usadas.

As Armas

Todas as armas do mercado, regra geral são boas, também já deixei aqui a minha opinião sobre o assunto.

A arma mais polivalente é a de 90 cm, "pode" executar todos os tipos de caça.

No entanto deves de te lembrar do seguinte :

Modelo Baby : para o buraco e tiros de remate, no buraco.
Modelo 75 : buraco, e espuma ou agua tapada.
Modelo 90: buraco longo, agua livre e espuma, índio
Modelo 100 : agua livre, agachon, caída
Modelo 110 e mais : Pelágicos.

O Carreto

O carreto na arma é de grande utilidade, evita perderes a arma no o caso de estares a caçar com agua tapada e teres o arpão preso no fundo, ou com peixe trancado mas ainda entocado.
Para o caso das grandes peças, serve ainda para dares "corda" e trabalhares o peixe em cansaço.
Será a meu ver, totalmente dispensável para a espuma. 

A configuração mais aconselhada, na minha opinião para o continente é :
Arma 90, arpão 6,5mm, elásticos 16mm (não megaton), carreto.

Cuidado com os disparos ao buraco com esta arma,  mesmo no primeiro entalhe é muito potente.

Treino de Apneia

O melhor treino de todos é fazer muito mar, no entanto, quando este não o permite, os treinos de piscina podem manter-te em forma.

Deves fazer estes treinos acompanhado, aconselho-te a que faças formação com algum instrutor de apneia certificado pela FPAS. Deixo o link para a o site da FPAS

Os treinos de piscina devem ter uma componente de aquacidade e apneia.
Os exercícios de treino são variados, executa apneia dinâmica e estática, pode-se iniciar o treino com aquecimento fazendo “golfinhos”, indo depois diminuindo o tempo de recuperação de respiração à superfície entre cada um, até chegar a uma única inspiração.

Podes fazer séries de piscinas, começando com 25 metros de apneia e depois piscina e meia, até conseguires chegar às 2 piscinas, aqui o que importa é o tempo e não a distância.


Um minuto e meio para duas piscinas é  bom........quanto mais tempo, melhor.

Varia a velocidade, de modo a executares uns “sprints” de 25 metros, vires à superfície dar duas inspirações e voltares aos outros 25 metros de apneia. Isto são apenas pequenos exemplos. 
Deixo um link para o site do Umberto Pelizzari , que são os treinos que utilizo.

Na minha óptica o melhor local de treino em piscina em Portugal são as piscinas do Estádio do Jamor, têm um fôsso de 5mt, onde em tempos treinei inserido num grupo de amigos, durante uns anos.
Em Terra

Para te manteres em forma fisicamente, tenta encontrar o teu deporto paralelo.
Há quem faça a sua corrida a pé, há quem faça BTT, enfim, mas é fundamental encontrares um treino intenso aérobio e também anaérobio.

No meu caso optei pelo SpinBike, que faço 3 a 4 vezes por semana, é um desporto de ginásio onde tens as duas componentes de frequência cardíaca, normalmente os treinos são de 50 minutos, á quem faça menos, e as médias ( em 50 minutos) de bpm do meu coração em treinos intensos pode chegar aos 162 bpm. 
Normalmente faço entre 152 bpm e 158 bpm de média nos 50 minutos, mas também já fiz por vezes 168 bpm que é um treino extraordinário.
Fazem-se  picos de 180 bpm com durações de 30 seg. a 1mínuto, e a perca calórica anda pelas 600 calorias por treino.
Atendendo á idade estes valores variam, mas, regra  geral convém que te mantenhas acima dos 155 bpm e abaixo dos 175 bpm, em frequência momentânea.

A particularidade fornecida por este regime de  treino é o aumento da tua captação máxima de oxigénio pelo sangue (Vo2max), melhora a tua irrigação sanguínea, o teu coração será capaz de fornecer mais sangue por cada sístole e este mais oxigenado. 
Forma-te uns excelentes músculos de perna.

domingo, 2 de maio de 2010

sábado, 1 de maio de 2010

Técnica de Apneia

Preparação e Imersão

O teu principal pulmão é o Cérebro, para praticares apneia terás de ter a maior das descontracções e desligares do exterior .
Desliga o stress do teu emprego  o do transito.........etc. , porque terás de estar muito calmo.
A concentração é factor primordial, cada movimento terá de ser pensado.

Preparação

Preparar bem o mergulho é o mais importante da apneia.
Deves de respirar normalmente, somente aumentares a profundidade das inspiração e das expirações. Dependendo de indivíduo para indivíduo o numero destas manobras varia.
Enquanto com as inspirações prolongadas e profundas aumentas o transporte de Oxigénio (O2), pois levas mais ar, com as expirações prolongadas retiras mais Dióxido de Carbono (Co2)
residual (VR). 

Terás que encontrar o teu equilíbrio nestas manobras, se expirares em demasia também se torna contra procedente.
Há quem faça “carpas” após meter todo o ar possível, no fundo é engolires ar para os pulmões, é uma questão de treino, eu não pratico.

Hiper-Ventilação  

A hiper-ventilação é a execução das manobras de inspiração e expiração de um modo rápido e forçado.
Esta solução não aumenta significativamente a capacidade de O2, nos pulmões.
O que faz é reduzir a percentagem de Co2 , iludindo.
 
É o aumento Co2 que estimula a respiração, se á partida da tua apneia baixas a percentagem parcial de Co2, esta nunca irá atingir os valores que te levariam a respirar, na devida altura. Vez a tua capacidade de apneia aumentada mas com um grande risco de sincope.
 
Durante a fase de imersão e lá em baixo, as pressões parciais aumentam e o consumo de O2 não é notado, devido à hiper-ventilação a relação O2- Co2 está deturpada e tudo parece estar bem contigo.
 
Normalmente a situação de sincope acontece na subida, devido ao diminuir das pressões parciais, nomeadamente a do O2, o cérebro só nesta fase interpreta que não há O2 suficiente para funcionar e desliga, dá-se o afogamento.
 
O afogamento é causado pelo reflexo respiratório, devido à pCo2 estar alta, que em desmaio e dentro de água inundará os pulmões.
Ficarás numa situação de hipoxia devido ao pO2 (pressão parcial de oxigénio) ser inferior a 40mmHg ( milímetros de mercúrio )  quando deveria de estar perto dos 50mmHg. 
 


O Pato

O pato é o movimento que executas para mergulhar. Executa-o perfeitamente definido nas suas  três fases.
Dobra o tronco para baixo fazendo 90º com as pernas, levanta uma perna, perfeitamente à vertical, a outra assente na agua estabiliza-te e evitas barulhos de movimentos, cai verticalmente, mantém os braços ao longo do corpo, ou leva o da arma em frente.

Imediatamente antes de caíres, retira o tubo da boca, evitando os “gluglus” do ar a sair que afugenta os “bichos”, e quando terminares o mergulho e voltares à superfície poderás de imediato respirares sem ter que expelir a agua  do tubo.

Há quem erradamente utilize muito peso no seu lastro, dizem que não conseguem descer bem, a maioria das vezes é o pato mal feito, ou braços muito abertos na descida.
Se tiveres 70 kg utiliza 6 kg de peso para o fato de 5mm.
 

Segurança

Arma a espingarda só dentro de agua. Se estiveres perto de um companheiro mantém a arma totalmente para abaixo.
Usa sempre bóia ou prancha, para que sejas visto. Não andes com o cabo da bóia preso ao cinto nem à cintura, usa um fixador (poita) para o fundo ou utiliza-a presa à arma, nos Açores é mais conveniente. Usa a faca pela parte de dentro da perna.


Compensar ouvidos / Pressão hidrostática

Quando submerges deixas a pressão atmosférica, ao nível do mar esta tem um valor de 760 milímetros de mercúrio (mmHg),convencionou-se 1 atm/cm2 ( atmosfera ). De imediato ficas sobre uma força que actua sobre todo o teu corpo, aumentando proporcionalmente com a profundidade.
Sendo o nosso corpo composto principalmente por água (incompressível), só sentimos a pressão actuar sobre as cavidades do nosso corpo que contêm ar.

A pressão aumenta na razão de 1 atm por cada 10 m. A esta profundidade terás 2 atm sobre ti ( pressão absoluta), sendo 1 atm  de pressão atmosférica e 1 atm da pressão hidrostática. 
À profundidade de 20 m a pressão exercida sobre ti é de 3 atm.

A força que a coluna de água vai exercer sobre o teu ouvido, provoca uma dor incomportável, no ouvido (tímpano) .
Para que seja possível mergulhar, teremos de compensar o tímpano contrariamente a essa força.
Para isso existem vários métodos, todos eles com o mesmo propósito, exercer pelo interior do tímpano uma força equivalente que permita compensar a força exercida pelo exterior (pela coluna de agua). 
  

A manobra de Valsava  é o método mais usado para equilibrar/compensar o ouvido.
Consiste em, bloqueando as narinas com os dedos indicador e polegar, forçar o ar a sair pelo nariz, e muito suavemente, pois esta manobra pode magoar enquanto não estamos habituados. 
 
Sentirás uma força actuar sobre o teu ouvido interiormente, é o ar que vindo da zona da garganta, e passando pela trompa de Eustáquio percorre o ouvido médio até chegar ao tímpano empurrando-o para fora, retirando a dor. 
 
Esta manobra deve de ser executada metro a metro, e nunca tardar, pois se por efeito da pressão a trompa de Eustáquio fecha, não conseguirás a partir daqui compensar nesse mergulho.
Com o habito, e para o caçador, será melhor compensares somente  deglutindo, ficarás com ambas as mãos livres, que podem ser precisas para te agarrares ás pedras do fundo.
 
Poderás também compensar com a manobra de Valsava invertida, que consiste em deglutires com as narinas bloqueadas pelos dedos indicador e polegar.
Ao imergires do teu mergulho e praticamente já na superfície, poderás sentir uma tontura forte, é por causa dos teus tímpanos não voltarem á normalidade ao mesmo tempo, acontece mais quando se está um pouco entupido a nível de fossas nasais ( constipado ), fecha os olhos,  essa sensação passa de imediato.
Não mergulhes constipado.  


Compensar a máscara

Devido à quantidade de ar que a tua máscara comporta, e por este ser compressível, durante a descida vais sentir a máscara querer entrar-te pela cara dentro.
 
Pois bem, metro a metro, terás de a empurrar para fora, pões ar dentro da máscara pelo nariz
(aos pouquinhos ) e sentirás que esse aperto exercido pela mascara desaparece. Não uses os elásticos da máscara muito apertado, devido a dificultar o atrás descrito.
 
Na subida, e porque o ar se vai expandir, terás de fazer o contrário retirar o ar com inalações, se não o fizeres este ar a mais sairá pelas juntas da máscara, sem qualquer problema.
 
Aqui reforço o que te disse de não utilizares a máscara apertada, pois a força que a expansão do ar vai fazer dentro da máscara pode deixar os olhos negros e com derrames de sangue.